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Poesia de José Guimarães – O Menino – Uma história poética

Poesia de José Guimarães – O Menino – Uma história poética. É uma brave história sobre um menino de rua, que conheci numa noite, em São Paulo.

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Poesia de José Guimarães – O Menino – Uma história poética. O Menino é uma poesia escrita com base numa história real.

O Menino é uma breve história poética, escrita por José Guimarães, contada em versos como se fosse poesia. Aconteceu numa noite solitária em que o poeta foi a um modesto restaurante para jantar, na gigantesca cidade de São Paulo.

Lá apareceu o menino, de rua assim como todos os meninos que andam na rua. Comoveu o poeta com sua simplicidade, por isso sua história veio parar nessa poesia.

Vamos, então à leitura da nossa poesia>

O Menino

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Poesia de José Guimarães – O Menino

Tão displicente e maltrapilho
Ele andava na calçada deserta
Em passos incertos de andarilho
Olhar de quem cedo para o mundo desperta.

Olhou-me assim tão tristemente
Revelando angústia e sofrimento
Por que passava naquele momento
Mas depois sorriu alegremente.

Num pranto sufocado e melancólico
Reclamou rapidamente do sofrimento,
Num sotaque singelo de menino bucólico,
E da fome danada que sentia no momento.

Reclamou do seu estilo de vida
Do seu jeito de andar imundo
Sempre vagando pelas ruas do mundo
Devido à pobreza ingrata e atrevida.

Abriu-se pra mim de modo tão displicente
Como se fosse eu seu confessor
Folheou seu diário de menino inocente
Como se folheasse o caderno para o professor.

Criticou rapidamente as classes sociais
Por não lhe darem nem um pouco de atenção
Muito menos nem sequer lhe estenderem a mão
Por isso vivia perdido na rua, igual aos marginais.

poesia de jose guimaraes - o menino
O Menino – poesia de José Guimarães

Reclamou da brutalidade de seus pais
Da polícia que não protege os meninos
Dos mendigos, dos bebuns e dos marginais
Que judiam sem dó nem piedade dos pequeninos.

Abusando da impunidade, maltratam os rebentos
Transformando-os em bastardos, bandidos e briguentos
Perseguem os menores e batem neles até que piram
E algum pouco dinheiro que ganham, desse pouco eles tiram.

– Se eu quisesse, seu moço – desabafou
– Saía pelo mundo fazendo maldade
Mas não sou disso, não, seu moço – e até chorou
– Porque dentro de mim só existe bondade.

– Mas se eu fosse mau, seu moço, queria ver a cara deles
Batia neles. Iam me mandar pra onde, pro Carandiru?
Ah! Eu fugia de lá, voando de mansinho que nem peru
Voava pra bem longe de lá e depois só ria da cara deles.

Eu ia lhe dizer que peru é ave que não voa
Melhor seria se voasse nas asas de um condor
Mas achei que não seria nem um pouco uma boa
A piada que eu faria, porque não abrandaria sua dor.

Preferi rir pelo fato de vê-lo engraçado
Também para que ao menos um pouco se alegrasse
Pensando num meio, se é que naquela hora encontrasse
De tirá-lo desse destino malfadado, desgraçado.

Condoído tristemente com sua dor
Descobri que igualzinho a esse menino eu sou
Seguir desamparado meu caminho agora eu vou
Pensando no pobre desse menino que não tem amor.

o menino - poesia de jose guimaraes
O Menino – História poética

– Agora vou circular por aí, vou vagar – disse ele
Vou pedir esmola a esse mundo ingrato
Foi bom, seu moço, te encontrar por aqui
Me livrou da fome, me pagando um prato.

– De comida quentinha que faz dia eu não via
Ainda bem que o sinhô não é dessa gente ingrata
Que nada dá pra menino comer e ainda maltrata
Não escuta menino de rua e, com medo dele só desconfia.

– O lugar em que durmo é lá bem longe, seu moço
Onde passa o trem, bem debaixo de um alto viaduto
Lá, muito barulho, seu moço, a toda hora eu ouço
E sinto água gelada que pinga em meu rosto, de um duto.

Que me deixa com frio e todo molhado
E de madrugada acordo e com medo espio
Pra ver se não tá subindo a água do rio
Porque quando ela sobe eu fujo, muito apavorado.

Antes de ir-me embora eu me despedi do menino
Que vive sozinho na rua, sem comer e sem estudar
Perdido entre arranha-céus, seguindo o destino
Que a vida (ou a sorte) lhe quis reservar.

Poesia: O Menino

Autor: José Guimarães

Para quebrar a monotonia dessa poesia, se é que existe, adicionamos agora o vídeo abaixo com a poesia Menino de Rua, de Patativa de Assaré.

Menino de Rua

Patativa de Assaré – Menino de Rua

Menino de Rua – Patativa de Assaré

Meninos de Rua

O vídeo abaixo é sobre uma música que encontrei garimpando no Youtube. A letra está escrita no próprio vídeo. É também, por que não?, uma história muito triste.

Aliás, as histórias de crianças que andam pelas ruas, sem pai e sem mãe, são tristes e mostram a pobreza que existe no mundo inteiro. Além da probreza, a ignorância das autoridades, que vivem engravatados, em carros importados, e fingem que não veem as crianças que pedem dinheiro nas ruas.

Você já percebeu que moradores de rua sempre têm cachorros? Não? Comece a reparar a partir de agora.

Meninos de Rua

Meninos de Rua – Maíra Lemos – Youtube

Crédito das imagens:

Rigues: http://www.flickr.com/photos/rigues/
e
Colmeia: http://www.flickr.com/photos/colmeia/

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Por José Guimarães e Silva

Escrevo histórias para crianças e também histórias da Bíblia.

Criei este blog para divulgar os livros que escrevo. Além disso, para compartilhar dicas, ideias, tutoriais e outras informações que talvez sejam úteis a pessoas na internet.

Também estou em Contos e Estudos Bíblicos e Ganhar Dinheiro Legal.

Espero que você goste e escreva seu comentário.

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